sábado, 28 de março de 2009

e a vida cotinua.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Sobre o Debate no Senado

Nessa terça-feira, o Senado foi palco de inédita discussão sobre a malha de corrupção que envolve todas as entranhas do cenário político do Brasil. Após a iniciativa do Senador Jarbas Vasconcelos de tratar abertamente sobre o desagradável problema, seguiram-se falas relevantes de importantes senadores que estavam presentes, enfatizando a situação degradante em que se encontram todas as casas de poder do país.
Mas eu já sabia, e eles também.
Desde o início da República, estiveram no poder muitos políticos sem compromisso com o ideal republicano e democrático: espertos, que se dão bem às custas do dinheiro público. Hoje, a paisagem não é nada melhor, e, sim, mais obscura. Trata-se de poderosos malandros impossíveis de se deter. Trata-se de uma rede corrompida de forma generalizada. Trata-se de uma elite política desonesta e intocável. E o pior, isso é óbvio.
Mas, então, foi discutido.
Por mais redundante que possa parecer discutir o óbvio e por mais atrasado que tal debate tenha chegado, o que se viu foi a exposição de ideias correntes na sociedade civil e o que se ouviu foi compatível com a abafada voz dos cidadãos brasileiros. Por meio de frases como “Nós somos os culpados, sim!” e citações como “ Deve-se ‘republicanizar’ a República” os senadores me deixaram orgulhoso.
Ingenuidade de minha parte? Bem, a simples existência dessa dúvida já é o retrato da descrença e da desesperança, e faz da resposta dependente do humor. Eu me apresento como otimista e acredito num país mais limpo.
Mas, terá o Brasil, o país que habituou-se à sua própria lepra, a vontade e a coragem de curar-se?