domingo, 3 de outubro de 2010

A Grande Festa Das Marionetes

Me Pergunto
Se esses políticos são humanos
Ou um bando de fantoches
A revezar o broche
De quatro em quatro anos
Que reinam no deboche com postura primitiva
O que sofre uma ofensiva
Se esquiva
Responde à crítica com maquiagem
Transformando política em politicagem
Onde foi parar a attitude construtiva?

Achei que ia ter debate
Mas ouvi os gritos inférteis do embate
E todo mundo vê que da empate
No canil do Brasil
O cachorro não morde
Só late

O país tá uma loucura
A dita democracia
Não é só dita, mas dura
Complicado achar a cura pra essa anti-eleição
Com as ideias dissolvidas em cada anti-cidadão
É tudo obscuro, não sei onde procuro
É difícil de entender e se você quer saber
O melhor jeito é assistir no CQC
Porque os malandros não respondem nada pras pessoas
Ou será que eu sou a única?
Tão dando calote na dúvida pública!
Candidatos marketados
Construídos de isopor
Propostas ocas ao vento
Ou ancoradas no antecessor
Puxa-rabo-nepotismo-e-troca-favor!

Achei que ia ter debate
Mas li os ditos inértes do estandarte
E todo mundo viu o disparate
No canil do Brasil
O cachorro não morde
Só late

A planta do esquema
É previamente arquitetada
Quem se candidata está disposto
A ser mais uma peça
Manipulada
Qual será a próxima jogada?
Quem vai pintar o 7?

O que eu sei é que ta rolando
A Grande Festa das Marionetes
Com gammy e grana liberada
Para todas elas
E era OPEN-BAR-RA de ouro
Gilberto Gil saiu mais cedo
Pois queria queimar vela
Ouvir um choro
E o lugar tava nojento
Só entrava politico no evento
Os gordos da mamata
De terno e gravata
Em traje de gala
Ou de mala
Pra sair com toda grana que tiver na sala
A acompanhante é sempre muito bela
E se arrisca no salto-alto
Dançando ao som de Marcelo Crivella
Dizimando na pista
E vendendo uma vaga no palco
De forma explanada
A moça que comprou foi enganada
Chamou o nome de Jesus
E subiu no palanque
Só que apagaram a luz
E começaram a tocar funk

Achei que ia ter debate
Mas ouvi os mitos débeis do bate-rebate
Todo mundo maquiando a sua parte
No canil do Brasil
O que importa é a enquete
O cachorro não morde, só late
E se deleita na Grande Festa das Marionetes

Tinha uma figura na pista
Se esbaldando de cachaça
Com uma insígnia no peito
De Rei da Devassa
Rindo com o Vice-Mais-Pra-Lá-Do-Que-Pra-Cá
José Alencar, reconheci no crachá
Falando de onda, marola, sei lá,
De surfe!
E apontando pra jogada de cintura do Maluf
Foi aí que eu vi que o Presidente
Não tinha um dedo
Essa festa é meio mórbida
Tô ficando até com medo
Mas o Cabral gostou
Que descobriu o Brasil,
Quer dizer, descobriu a favela,
Colorida por Crivella
E mandou pintar uma tela
Enquadrando todos índios
Que viviam dentro dela
Uma verdadeira obra de arte
“A Cela”
O artista pegou pesado
Nas cores fortes
Predominou vermelho-sangue
E muitas mortes
Porra, Sérgio
Nunca vi ignorância desse porte
Civilizando de dentro de um carro-forte
Merece um corte
Pois a mãe que perde um filho só
Tem muita sorte

Achei que ia ter debate
Ninguém achou legal os tiros e projéteis do combate
E geral viu que deu empate
Na moral do Cabral
O cahorro morde
E late

É o aborto natural da sociedade
Esse sim, sem ética
Ou moralidade
No país da pistola
No país do Marcola
Que nada na injustiça
E se esconde atrás da bola
De futebol
De água potável, floresta e sol
Mas o “meio-ambiente”
Já está pela metade
E quando chegar no fim?
O que eles vão fazer quando acabar a festa
E os últimos salgadinhos
Na mesa de marfim?
A cena fica mais ou menos assim:
Imagine o Lula de espadachin
Lutando lado-a-lado com Celso Amorim
Desviando das taças
Almejando as massas
Entornando vinho nas roupas de linho
Presidentes, Senadores, Ministros
Deputados e Governadorezinhos
Tentando se equilibrar
Pois a bocada já está pra terminar
É CADA UM POR SI
O Vice Alencar aproveitou
Pra morrer ali
E a Jandira
Que arrastava asa pra Marisa
Ficou puta porque ia sair lisa
Então entrou o IBGE
Anunciando uma pesquisa:
Que a Dilma tá ganhando
E o furacão é só uma brisa
Mas ela é burra e lenta
Todos sabem que sozinha não aguenta
Já que outro é quem a sustenta
Falta dedo pra ser penta
E a porrada só aumenta no salão
A Piruca e o Careca sob pressão
O Serra elétrico
Tomou um choque
E colocou a saúde no enfoque
O Gabeira disfarçado de garçom
Pois não tinha terno
E Marina Silva sem batom
Protegendo as bromélias
Do jardim interno
A igreja aproveitou e duplicou
O preço de céu
Já que aquilo ali era o inferno

Eu não esquento
Filmei tudo com a câmera
Que o Sirkis botou pra dentro
E já combinei com o Minc
“-Ponha tudo no Youtube
e divulgue o link!-”

Achei que ia ter debate
Mas vi palmitos voarem
Com canapés de abacate
Todo mundo quis o chocolate
No canil do Brasil
O cachorro não morde
Só late

Zé Dirceu e Picciani
Abocanharam o fondue
Mas encontraram um bando
De cabelo ali
E não entenderam,
Só que eu vi e eu sei
O último a passar por lá
Foi o bigode do Sarney
Mas que delícia!
Mas que beleza!
Sentado sem malícia
Ainda na mesa
Está o Guido
Passando Mantega no pão
Comendo juros e inflação
Refletindo sobre churros e empadão

Esqueci o risco
E fui comer um petisco:
Casca estranha
Com fruta esquisita
Me lembrou o Natal!
Foi quando vi o Tiririca
Candidato a Deputado Federal
Todo engraçadinho
Roubando a cena
Que pena
Quando fui filmar
Atravessou um Garotinho
Entrou na frente
Dizendo que era crente
E que queria ajudar os brasileiros
Olhei pro lado
E reparei Renan Calheiros
Alguns banqueiros
Entre outros nomes
Tarso, seu Genro
E Ciro Gomes
Cesar Maia
Rabo-de-saia
Observando o tropeço da Rosinha
Tomara-que-caia
Numa oposição ingrata
E Michel Temer sem temor
Caindo na gandaia com uma gata
Uma cena horrível de se ver
Que penetra burro que eu fui ser!
Alguem pára esse trem
Que eu quero descer


Achei que ia ter debate
Mas me vi nos trilhos
No vagão de abate
E ninguém sugeriu resgate
No canil do Brasil
O que vale é a enquete
O cachorro não morde, só late
E se deleita na Grande Festa das Marionetes

Então parte do teto desabou!
Calma, calma
Não foi grande a perda
O Plínio tava sozinho
Na ala esquerda
E o Lula sempre atento
Viu que a parte mais segura era no centro
Jarder Barbalho e Collor acompanharam:
“- demorô, tamo dentro! -”
Sempre na espreita
“- Não vou fazer desfeita! –“
Enquanto a outra
Da cara feita,
Dilma, saiu ilesa
Pois usava um permantente capacete
A poeira foi baixando
E varrida pra debaixo do tapete

Inclusive uma jovem
Que sonhava em ir pra faculdade
E estava protestando
E Ferrando com Haddad
Não conseguiu,
O Ministro fez pouco caso
ENEM respondeu
Não deu em nada

A Mesa da Pizza
Que a gente tanto detesta
Fica sempre preparada
Pro final da festa
Desse envento pirata
De gente primata
E mulheres de capa
Pra disputa da maior fatia
Tudo isso
Enquanto Gil dormia



E logo ali na esquina
Flagraram um careca
Serrando a floresta da Marina
Pra deixar de ser menina
E chamaram o Raul pra adubar a terra
É finda a noite
Dos candidatos dilma figa
Em pé de guerra
Safados, maquiados
Borrados, estufados
Voltando pro palácio
Carregados
Até de maca
Mas advinha quem acorda
Com a ressaca?

Achei que ia ter debate
Mas vi cabritos bêbados fazendo arte
Todo mundo ouviu “ – Não me desacate! – ”
No canil do Brasil simplório
O cachorro não morde, só late
E demarca território

O dia seguinte
É o do voto obrigatório
Hora de apontar
O novo dono do trono
Desse purgatório
Outro bastardo
Afortunado e inglório
Para governar o abandono
Do escritório
Assinando cegamente relatório
E acumulando nota
Pra virar notório

Preciso do debate
Mas ouço os gritos inférteis do embate
E todo mundo vê que dá empate
No lero-lero
Em zero-a-zero
Ir pra Marte é o que quero
Porque aqui a elite
Pinta o 7 e o 8
E o resto sobrevive
De garrafa PET e biscoito
Realidade de biscate
Que sonha
Com o peso do quilate
No canil do Brasil
O cachorro não morde
Só late.



Au ,Au.