Me Pergunto
Se esses políticos são humanos
Ou um bando de fantoches
A revezar o broche
De quatro em quatro anos
Que reinam no deboche com postura primitiva
O que sofre uma ofensiva
Se esquiva
Responde à crítica com maquiagem
Transformando política em politicagem
Onde foi parar a attitude construtiva?
Achei que ia ter debate
Mas ouvi os gritos inférteis do embate
E todo mundo vê que da empate
No canil do Brasil
O cachorro não morde
Só late
O país tá uma loucura
A dita democracia
Não é só dita, mas dura
Complicado achar a cura pra essa anti-eleição
Com as ideias dissolvidas em cada anti-cidadão
É tudo obscuro, não sei onde procuro
É difícil de entender e se você quer saber
O melhor jeito é assistir no CQC
Porque os malandros não respondem nada pras pessoas
Ou será que eu sou a única?
Tão dando calote na dúvida pública!
Candidatos marketados
Construídos de isopor
Propostas ocas ao vento
Ou ancoradas no antecessor
Puxa-rabo-nepotismo-e-troca-favor!
Achei que ia ter debate
Mas li os ditos inértes do estandarte
E todo mundo viu o disparate
No canil do Brasil
O cachorro não morde
Só late
A planta do esquema
É previamente arquitetada
Quem se candidata está disposto
A ser mais uma peça
Manipulada
Qual será a próxima jogada?
Quem vai pintar o 7?
O que eu sei é que ta rolando
A Grande Festa das Marionetes
Com gammy e grana liberada
Para todas elas
E era OPEN-BAR-RA de ouro
Gilberto Gil saiu mais cedo
Pois queria queimar vela
Ouvir um choro
E o lugar tava nojento
Só entrava politico no evento
Os gordos da mamata
De terno e gravata
Em traje de gala
Ou de mala
Pra sair com toda grana que tiver na sala
A acompanhante é sempre muito bela
E se arrisca no salto-alto
Dançando ao som de Marcelo Crivella
Dizimando na pista
E vendendo uma vaga no palco
De forma explanada
A moça que comprou foi enganada
Chamou o nome de Jesus
E subiu no palanque
Só que apagaram a luz
E começaram a tocar funk
Achei que ia ter debate
Mas ouvi os mitos débeis do bate-rebate
Todo mundo maquiando a sua parte
No canil do Brasil
O que importa é a enquete
O cachorro não morde, só late
E se deleita na Grande Festa das Marionetes
Tinha uma figura na pista
Se esbaldando de cachaça
Com uma insígnia no peito
De Rei da Devassa
Rindo com o Vice-Mais-Pra-Lá-Do-Que-Pra-Cá
José Alencar, reconheci no crachá
Falando de onda, marola, sei lá,
De surfe!
E apontando pra jogada de cintura do Maluf
Foi aí que eu vi que o Presidente
Não tinha um dedo
Essa festa é meio mórbida
Tô ficando até com medo
Mas o Cabral gostou
Que descobriu o Brasil,
Quer dizer, descobriu a favela,
Colorida por Crivella
E mandou pintar uma tela
Enquadrando todos índios
Que viviam dentro dela
Uma verdadeira obra de arte
“A Cela”
O artista pegou pesado
Nas cores fortes
Predominou vermelho-sangue
E muitas mortes
Porra, Sérgio
Nunca vi ignorância desse porte
Civilizando de dentro de um carro-forte
Merece um corte
Pois a mãe que perde um filho só
Tem muita sorte
Achei que ia ter debate
Ninguém achou legal os tiros e projéteis do combate
E geral viu que deu empate
Na moral do Cabral
O cahorro morde
E late
É o aborto natural da sociedade
Esse sim, sem ética
Ou moralidade
No país da pistola
No país do Marcola
Que nada na injustiça
E se esconde atrás da bola
De futebol
De água potável, floresta e sol
Mas o “meio-ambiente”
Já está pela metade
E quando chegar no fim?
O que eles vão fazer quando acabar a festa
E os últimos salgadinhos
Na mesa de marfim?
A cena fica mais ou menos assim:
Imagine o Lula de espadachin
Lutando lado-a-lado com Celso Amorim
Desviando das taças
Almejando as massas
Entornando vinho nas roupas de linho
Presidentes, Senadores, Ministros
Deputados e Governadorezinhos
Tentando se equilibrar
Pois a bocada já está pra terminar
É CADA UM POR SI
O Vice Alencar aproveitou
Pra morrer ali
E a Jandira
Que arrastava asa pra Marisa
Ficou puta porque ia sair lisa
Então entrou o IBGE
Anunciando uma pesquisa:
Que a Dilma tá ganhando
E o furacão é só uma brisa
Mas ela é burra e lenta
Todos sabem que sozinha não aguenta
Já que outro é quem a sustenta
Falta dedo pra ser penta
E a porrada só aumenta no salão
A Piruca e o Careca sob pressão
O Serra elétrico
Tomou um choque
E colocou a saúde no enfoque
O Gabeira disfarçado de garçom
Pois não tinha terno
E Marina Silva sem batom
Protegendo as bromélias
Do jardim interno
A igreja aproveitou e duplicou
O preço de céu
Já que aquilo ali era o inferno
Eu não esquento
Filmei tudo com a câmera
Que o Sirkis botou pra dentro
E já combinei com o Minc
“-Ponha tudo no Youtube
e divulgue o link!-”
Achei que ia ter debate
Mas vi palmitos voarem
Com canapés de abacate
Todo mundo quis o chocolate
No canil do Brasil
O cachorro não morde
Só late
Zé Dirceu e Picciani
Abocanharam o fondue
Mas encontraram um bando
De cabelo ali
E não entenderam,
Só que eu vi e eu sei
O último a passar por lá
Foi o bigode do Sarney
Mas que delícia!
Mas que beleza!
Sentado sem malícia
Ainda na mesa
Está o Guido
Passando Mantega no pão
Comendo juros e inflação
Refletindo sobre churros e empadão
Esqueci o risco
E fui comer um petisco:
Casca estranha
Com fruta esquisita
Me lembrou o Natal!
Foi quando vi o Tiririca
Candidato a Deputado Federal
Todo engraçadinho
Roubando a cena
Que pena
Quando fui filmar
Atravessou um Garotinho
Entrou na frente
Dizendo que era crente
E que queria ajudar os brasileiros
Olhei pro lado
E reparei Renan Calheiros
Alguns banqueiros
Entre outros nomes
Tarso, seu Genro
E Ciro Gomes
Cesar Maia
Rabo-de-saia
Observando o tropeço da Rosinha
Tomara-que-caia
Numa oposição ingrata
E Michel Temer sem temor
Caindo na gandaia com uma gata
Uma cena horrível de se ver
Que penetra burro que eu fui ser!
Alguem pára esse trem
Que eu quero descer
Achei que ia ter debate
Mas me vi nos trilhos
No vagão de abate
E ninguém sugeriu resgate
No canil do Brasil
O que vale é a enquete
O cachorro não morde, só late
E se deleita na Grande Festa das Marionetes
Então parte do teto desabou!
Calma, calma
Não foi grande a perda
O Plínio tava sozinho
Na ala esquerda
E o Lula sempre atento
Viu que a parte mais segura era no centro
Jarder Barbalho e Collor acompanharam:
“- demorô, tamo dentro! -”
Sempre na espreita
“- Não vou fazer desfeita! –“
Enquanto a outra
Da cara feita,
Dilma, saiu ilesa
Pois usava um permantente capacete
A poeira foi baixando
E varrida pra debaixo do tapete
Inclusive uma jovem
Que sonhava em ir pra faculdade
E estava protestando
E Ferrando com Haddad
Não conseguiu,
O Ministro fez pouco caso
ENEM respondeu
Não deu em nada
A Mesa da Pizza
Que a gente tanto detesta
Fica sempre preparada
Pro final da festa
Desse envento pirata
De gente primata
E mulheres de capa
Pra disputa da maior fatia
Tudo isso
Enquanto Gil dormia
E logo ali na esquina
Flagraram um careca
Serrando a floresta da Marina
Pra deixar de ser menina
E chamaram o Raul pra adubar a terra
É finda a noite
Dos candidatos dilma figa
Em pé de guerra
Safados, maquiados
Borrados, estufados
Voltando pro palácio
Carregados
Até de maca
Mas advinha quem acorda
Com a ressaca?
Achei que ia ter debate
Mas vi cabritos bêbados fazendo arte
Todo mundo ouviu “ – Não me desacate! – ”
No canil do Brasil simplório
O cachorro não morde, só late
E demarca território
O dia seguinte
É o do voto obrigatório
Hora de apontar
O novo dono do trono
Desse purgatório
Outro bastardo
Afortunado e inglório
Para governar o abandono
Do escritório
Assinando cegamente relatório
E acumulando nota
Pra virar notório
Preciso do debate
Mas ouço os gritos inférteis do embate
E todo mundo vê que dá empate
No lero-lero
Em zero-a-zero
Ir pra Marte é o que quero
Porque aqui a elite
Pinta o 7 e o 8
E o resto sobrevive
De garrafa PET e biscoito
Realidade de biscate
Que sonha
Com o peso do quilate
No canil do Brasil
O cachorro não morde
Só late.
Au ,Au.
domingo, 3 de outubro de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Mind the gap
A gente se conforma
E adota a cultura da inação
Longe de trilhos de revolução
Nada se transforma
Forma, reforma e retorna
É mais fácil a aceitação
A gente não se transtorna
Só aumenta o vão
Entre o trem e a plataforma.
E adota a cultura da inação
Longe de trilhos de revolução
Nada se transforma
Forma, reforma e retorna
É mais fácil a aceitação
A gente não se transtorna
Só aumenta o vão
Entre o trem e a plataforma.
Por água abaixo
Tudo alagado
Atrapalhado
Interditado
Adiado
Cancelado
Abandonado
Parado
Tudo errado
Rio de janeiro rendido
E não é o crime organizado
Cidade maravilhosa
Submetida ao grande caos molhado
Espera e o ônibus não vem
Só carros, fazendo zona
E que não dão carona
Pois ninguém confia em ninguém
E se algum motorista fosse solidário?
Então seriam dois
Num carro em naufrágio
E se o ônibus viesse
Iria por qual avenida?
Chega mais, estresse,
Que não tem saída.
A solução aparente
É distrair a mente
Encher a cabeça de paz
Pra esquecer da outra enchente
Apelo pro fone de ouvido esperto
Na intenção de melhorar o clima
Droga, não deu certo.
Distúrbio sonoro com tanta buzina
Então de otário eu me taxo,
Humano intelectual brilhante
Vendo que qualquer caminho adiante
Foi por água abaixo
Está tudo complicado
Aqui, por esse mundo
Fluxo que não flui
E você respira fundo
Sem nenhuma trilha alternativa
Arrepia-se até a espinha
Numa calçada mais alta
A multidão se apinha
Na rua um peixe salta
Cadê a Marinha?
Reclama senhora, xinga senhor
E chora a chapinha
A gente não paga só impostos
Pagamos também os patos
Cazuza profeta
Dessa piscina cheia de ratos
O cidadão molhado sente
Água e vento em grande dose
A chuva veio de repente
Para a alegria da leptospirose
Trânsito intenso nas galerias fluviais
Embalagens e mamadeiras
Numa corredeira que já não corre mais
Culpa dos homens animais
Placas tectônicas se encontram logo ali
Nuvens se encontram por aqui
O desencontro é o da raça humana
Que não sabe se chora ou ri.
Não há quem não enxergue
Que a frente
Um grande problema se ergue
E que enchentes urbanas
São só a ponta do iceberg
Atrapalhado
Interditado
Adiado
Cancelado
Abandonado
Parado
Tudo errado
Rio de janeiro rendido
E não é o crime organizado
Cidade maravilhosa
Submetida ao grande caos molhado
Espera e o ônibus não vem
Só carros, fazendo zona
E que não dão carona
Pois ninguém confia em ninguém
E se algum motorista fosse solidário?
Então seriam dois
Num carro em naufrágio
E se o ônibus viesse
Iria por qual avenida?
Chega mais, estresse,
Que não tem saída.
A solução aparente
É distrair a mente
Encher a cabeça de paz
Pra esquecer da outra enchente
Apelo pro fone de ouvido esperto
Na intenção de melhorar o clima
Droga, não deu certo.
Distúrbio sonoro com tanta buzina
Então de otário eu me taxo,
Humano intelectual brilhante
Vendo que qualquer caminho adiante
Foi por água abaixo
Está tudo complicado
Aqui, por esse mundo
Fluxo que não flui
E você respira fundo
Sem nenhuma trilha alternativa
Arrepia-se até a espinha
Numa calçada mais alta
A multidão se apinha
Na rua um peixe salta
Cadê a Marinha?
Reclama senhora, xinga senhor
E chora a chapinha
A gente não paga só impostos
Pagamos também os patos
Cazuza profeta
Dessa piscina cheia de ratos
O cidadão molhado sente
Água e vento em grande dose
A chuva veio de repente
Para a alegria da leptospirose
Trânsito intenso nas galerias fluviais
Embalagens e mamadeiras
Numa corredeira que já não corre mais
Culpa dos homens animais
Placas tectônicas se encontram logo ali
Nuvens se encontram por aqui
O desencontro é o da raça humana
Que não sabe se chora ou ri.
Não há quem não enxergue
Que a frente
Um grande problema se ergue
E que enchentes urbanas
São só a ponta do iceberg
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Trem Desgovernado
Hoje, a Leila, que trabalha aqui em casa e vem lá de Nova Iguaçú, passou dificuldades no trem. Simplesmente não havia trens operando. Boatos pra cá, rumores pra lá e então descobri: o condutor de um dos trens saiu para uma averiguação e o trem não o esperou. Saiu andando. A locomotiva deve ter se sentido o máximo, poderosa e independente, seguindo seus próprios trilhos. Mas nós, homens, interpretamos como uma falha na tecnologia do sistema ferroviário que resultou no caso do trem desgovernado.
Essa é a questão. Cansei das reformas pra inglês ver. O dia-a-dia do trem, que não sai no London nem no NYtimes, não é tratado pelo governo. E não é só o trem que está desgovernado. São os ônibus, os hospitais, as escolas... total desgoverno maquiado pelo PAC, que de seu corpo de promessas só fez as unhas e continua emPACado. Nos conformamos, nada nos é impactante.
A rotina continua, são quase 17 horas, a Leila está aqui no Humaitá, e já já vai enfrentar o rush pra Nova Iguaçú. Lá para Morro Agudo, Comendador Soares. Conhece? Do Humaitá é fácinho chegar. Ônibus lotado, depois trem desgovernado na Central, ou metrô suvacado para a Pavuna depois mais um ônibus de sardinhas para terminar a viagem de quase duas horas. Mas a melhor das opções mesmo é pegar uma van ilegal ali em cima. Aí pega a tranquilidade do tráfego das 18 horas na Via Dutra. A Leila diz que é luxo, vai sentada. Acontece que agora, o chocante Choque de Ordem acabou com essa opção. As leilas, desassistidas pelas autoridades, optaram por esse modo de transporte, mas “não pode”. Cortaram a van e não melhoraram nada em troca. Vida que segue, o caminho tem que ser feito, então ela parte. Vai chegar em casa, comer, cuidar do filho e dormir, porque amanhã tem mais. E cuidado pra não se atrasar, pois o que não falta é patroa ignorante, amáveis como o crocodilo Dundee.
É moleza demais. Há, também, alguns detalhes - irrelevantes: o metrô está sem ar; o desodorante está caro; o ônibus não chega; se tiver van, a fila é imensa; e se chover tudo vira rio e o cabelo encolhe.
As leilas do Brasil sabem que esse trem está desgovernado. Os crocodilos, a turma da Mônica,o Ziraldo,a filha do Gabeira, o Netinho, a Preta Gil também sabem. Ao mesmo tempo, esses passageiros estão cientes de que, se não houver o apagão final em 2012, vai se dar um jeitinho de se acenderem as luzes antes da estação 2014 e de ligar o ar condicionado antes da 2016. Mas depois apaga tudo de novo. Para que gastar? São só brasileiros e a energia está cara.
Vida light, né?
Essa é a questão. Cansei das reformas pra inglês ver. O dia-a-dia do trem, que não sai no London nem no NYtimes, não é tratado pelo governo. E não é só o trem que está desgovernado. São os ônibus, os hospitais, as escolas... total desgoverno maquiado pelo PAC, que de seu corpo de promessas só fez as unhas e continua emPACado. Nos conformamos, nada nos é impactante.
A rotina continua, são quase 17 horas, a Leila está aqui no Humaitá, e já já vai enfrentar o rush pra Nova Iguaçú. Lá para Morro Agudo, Comendador Soares. Conhece? Do Humaitá é fácinho chegar. Ônibus lotado, depois trem desgovernado na Central, ou metrô suvacado para a Pavuna depois mais um ônibus de sardinhas para terminar a viagem de quase duas horas. Mas a melhor das opções mesmo é pegar uma van ilegal ali em cima. Aí pega a tranquilidade do tráfego das 18 horas na Via Dutra. A Leila diz que é luxo, vai sentada. Acontece que agora, o chocante Choque de Ordem acabou com essa opção. As leilas, desassistidas pelas autoridades, optaram por esse modo de transporte, mas “não pode”. Cortaram a van e não melhoraram nada em troca. Vida que segue, o caminho tem que ser feito, então ela parte. Vai chegar em casa, comer, cuidar do filho e dormir, porque amanhã tem mais. E cuidado pra não se atrasar, pois o que não falta é patroa ignorante, amáveis como o crocodilo Dundee.
É moleza demais. Há, também, alguns detalhes - irrelevantes: o metrô está sem ar; o desodorante está caro; o ônibus não chega; se tiver van, a fila é imensa; e se chover tudo vira rio e o cabelo encolhe.
As leilas do Brasil sabem que esse trem está desgovernado. Os crocodilos, a turma da Mônica,o Ziraldo,a filha do Gabeira, o Netinho, a Preta Gil também sabem. Ao mesmo tempo, esses passageiros estão cientes de que, se não houver o apagão final em 2012, vai se dar um jeitinho de se acenderem as luzes antes da estação 2014 e de ligar o ar condicionado antes da 2016. Mas depois apaga tudo de novo. Para que gastar? São só brasileiros e a energia está cara.
Vida light, né?
terça-feira, 30 de junho de 2009
Um Brasil estagnado
Que não pára nem impulsiona
O comodismo é descarado
nada quebra nem funciona
Em movimento de sanfona
a política se reforma
vai, não vai, acaba em zona
e a mão-boba à casa torna
Malandragem na poupança,
começa a dança da vantagem
uma passagem pra frança
deixa a mudança na garagem
A elite vai bem
e não vai mudar
quem quer não tem
e quem tem não dá
quando o magro se esgüela
e o gordo enche a pança
uma mazela se releva:
a morte da esperança
Que não pára nem impulsiona
O comodismo é descarado
nada quebra nem funciona
Em movimento de sanfona
a política se reforma
vai, não vai, acaba em zona
e a mão-boba à casa torna
Malandragem na poupança,
começa a dança da vantagem
uma passagem pra frança
deixa a mudança na garagem
A elite vai bem
e não vai mudar
quem quer não tem
e quem tem não dá
quando o magro se esgüela
e o gordo enche a pança
uma mazela se releva:
a morte da esperança
segunda-feira, 25 de maio de 2009
A ingenuidade
Eis, então, o que move o mundo.
Um passo é algo complexo. Em uma infinidade de possibilidades escolhemos uma e a aceitamos como verdadeira, de forma a podermos dar um passo. Depois do movimento, o mundo é outro. Novas possibilidades e apenas uma certeza: aqui, parado, está tudo bem. Ali, o talvez.
Se a racionalidade opera, o passo espera.
Com a ingenuidade, com o pulo da vontade, passamos pelos passos com firmeza e cheios de certeza.
País, ainda tem vontade de mover-se?
Com desculpas esfarrapadas, a comodidade da estagnação ganha espaço e tempo.
Tempo que não passa.
pó, destroços, capenguiçe e traça.
Um passo é um risco. Talvez seja melhor esquecer o petisco.
Brasil, então choras? Não, não. É só um cisco.
Eis, então, o que move o mundo.
Um passo é algo complexo. Em uma infinidade de possibilidades escolhemos uma e a aceitamos como verdadeira, de forma a podermos dar um passo. Depois do movimento, o mundo é outro. Novas possibilidades e apenas uma certeza: aqui, parado, está tudo bem. Ali, o talvez.
Se a racionalidade opera, o passo espera.
Com a ingenuidade, com o pulo da vontade, passamos pelos passos com firmeza e cheios de certeza.
País, ainda tem vontade de mover-se?
Com desculpas esfarrapadas, a comodidade da estagnação ganha espaço e tempo.
Tempo que não passa.
pó, destroços, capenguiçe e traça.
Um passo é um risco. Talvez seja melhor esquecer o petisco.
Brasil, então choras? Não, não. É só um cisco.
sábado, 28 de março de 2009
quarta-feira, 4 de março de 2009
Sobre o Debate no Senado
Nessa terça-feira, o Senado foi palco de inédita discussão sobre a malha de corrupção que envolve todas as entranhas do cenário político do Brasil. Após a iniciativa do Senador Jarbas Vasconcelos de tratar abertamente sobre o desagradável problema, seguiram-se falas relevantes de importantes senadores que estavam presentes, enfatizando a situação degradante em que se encontram todas as casas de poder do país.
Mas eu já sabia, e eles também.
Desde o início da República, estiveram no poder muitos políticos sem compromisso com o ideal republicano e democrático: espertos, que se dão bem às custas do dinheiro público. Hoje, a paisagem não é nada melhor, e, sim, mais obscura. Trata-se de poderosos malandros impossíveis de se deter. Trata-se de uma rede corrompida de forma generalizada. Trata-se de uma elite política desonesta e intocável. E o pior, isso é óbvio.
Mas, então, foi discutido.
Por mais redundante que possa parecer discutir o óbvio e por mais atrasado que tal debate tenha chegado, o que se viu foi a exposição de ideias correntes na sociedade civil e o que se ouviu foi compatível com a abafada voz dos cidadãos brasileiros. Por meio de frases como “Nós somos os culpados, sim!” e citações como “ Deve-se ‘republicanizar’ a República” os senadores me deixaram orgulhoso.
Nessa terça-feira, o Senado foi palco de inédita discussão sobre a malha de corrupção que envolve todas as entranhas do cenário político do Brasil. Após a iniciativa do Senador Jarbas Vasconcelos de tratar abertamente sobre o desagradável problema, seguiram-se falas relevantes de importantes senadores que estavam presentes, enfatizando a situação degradante em que se encontram todas as casas de poder do país.
Mas eu já sabia, e eles também.
Desde o início da República, estiveram no poder muitos políticos sem compromisso com o ideal republicano e democrático: espertos, que se dão bem às custas do dinheiro público. Hoje, a paisagem não é nada melhor, e, sim, mais obscura. Trata-se de poderosos malandros impossíveis de se deter. Trata-se de uma rede corrompida de forma generalizada. Trata-se de uma elite política desonesta e intocável. E o pior, isso é óbvio.
Mas, então, foi discutido.
Por mais redundante que possa parecer discutir o óbvio e por mais atrasado que tal debate tenha chegado, o que se viu foi a exposição de ideias correntes na sociedade civil e o que se ouviu foi compatível com a abafada voz dos cidadãos brasileiros. Por meio de frases como “Nós somos os culpados, sim!” e citações como “ Deve-se ‘republicanizar’ a República” os senadores me deixaram orgulhoso.
Ingenuidade de minha parte? Bem, a simples existência dessa dúvida já é o retrato da descrença e da desesperança, e faz da resposta dependente do humor. Eu me apresento como otimista e acredito num país mais limpo.
Mas, terá o Brasil, o país que habituou-se à sua própria lepra, a vontade e a coragem de curar-se?
Assinar:
Postagens (Atom)